Que a figura do “Momo”, uma
escultura de mulher pássaro (que foi feita para participar de uma exposição
japonesa de esculturas aterrorizantes, em 2016) assusta, não há dúvidas. E
ainda mais falando para as crianças que devem cometer o suicídio ou matar seus
pais, deixa a situação ainda mais apavorante.
Em situações assim, como os pais
devem proceder? A primeira reação tem de ser a de DAR COLO, ABRAÇAR, ABRIGAR
NOS SEUS BRAÇOS. De nada adianta sair guardando os celulares, tablets ou
desligando a TV. O perigo e o medo já entraram na casa e tomaram todos os
espaços. E o principal, invadiram a mente dos pequenos, suscetíveis,
vulneráveis, e sem a capacidade emocional de processar a informação como os
adultos. E por mais que nós, mães e pais, tenhamos o impulso de sair buscando
os “culpados” e tentar assegurar que fiquem distantes de nossas crianças,
precisamos controlar nossa ansiedade e nos voltar para nosso bem mais precioso:
nossos filhos.
Eles se veem apavorados, tomados por um terror que não conseguem nomear;
e a única mensagem que captam deste contato com a figura do “Momo”, é a de que
não são desejados neste mundo, de que devem partir. A criança
pequena não entende o ato de suicidar-se como uma tentativa desesperada de
acabar com uma angústia que invade a vida e deixa tudo cinza. Mas ela percebe
muito bem quando não é querida por perto, quando é tratada como um “fardo”, um
“problema”, um motivo a mais de stress dos pais. E é justamente neste ponto que
cabe aos pais uma mudança de atitude: de desligarem seus celulares, de sentarem
junto aos filhos e mostrar a eles o quanto são realmente amados, e o quanto o
amor da família unida vai fazer esse medo ir embora. E, também, de suma importância, não fazer com que a criança se sinta
culpada por ter acessado vídeos onde o “Momo” apareceu. Falas do tipo “viu
só, não sai desse celular, deu nisso!”; “Eu vivo falando para ir brincar e sair
desse Youtube e você não sai!” não devem ser ditas, pois só reforçariam o
pensamento na criança de que ela faz coisas erradas e.....portanto....não
deveria mais viver nesta família.
Sei que é difícil deixar o medo de
lado nesta situação....mas tente pensar de forma racional um pouco: quando
surge uma “criatura” que ameaça a vida dos nossos filhos, nos ataca
profundamente pois coloca em risco a nossa própria história de vida, nosso
desejo que nossos filhos deem continuidade à nossa trajetória e nosso nome de
família. E nossa “arma” para combater situações assim é justamente resgatar os
laços e a força das relações dentro da família.
Que este texto consiga amenizar as
angústias de tantas mães.
Cláudia Sanches
Psicóloga Clínica de crianças e
adolescentes
CRP 06/125763
E-mail: cm.cmsanches@gmail.com
Contato: (19) 97107.8594
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