Por Flavinha Rodrigues
Ao darmos o pontapé inicial na introdução alimentar
de nossos bebês começam a surgir várias dúvidas relativas ao processo de preparação
dos alimentos. Os alimentos orgânicos são os mais indicados, assim como as
papinhas caseiras das quais as mães podem ter domínio e conhecimento de todas
as etapas de preparação.
Atualmente, com o
ingresso mais expressivo da mulher no mercado de trabalho, o tempo é um fator
de grande influência na organização de uma rotina alimentar adequada. É
praticamente impossível ofertar todas as refeições fresquinhas, o que faz com
que algumas mães disponham de apenas um dia para preparar todo o alimento da
semana. E assim surge a primeira dúvida: Qual a maneira mais adequada de
armazenar esse alimento de forma que a criança consiga aproveitar ao máximo
seus nutrientes e ainda ficar livre de possíveis contaminações?
O alimento feito
para um bebê precisa de vários cuidados, como higienização adequada,
armazenamento na geladeira livre de contaminação, seguido pelo preparo em
recipiente que não irá liberar substâncias nocivas à criança, temperos para
deixar tudo mais saboroso, cozimento ideal para haver a menor perda nutricional
possível e forma de oferta possível para cada bebê. São muitos detalhes e todo
esse cuidado seria perdido se não fosse tomada a mesma precaução para o
armazenamento do alimento já pronto.
O congelamento dos
alimentos vem sendo indicado pelos nutricionistas que desmistificam a perda de
nutrientes nesse processo. Então é possível fazer todo o cozimento e preparação
e mantê-los congelados por determinado período, que geralmente é entorno de 15
dias conforme indicação de profissionais da área.
Porém, aqui devo
ressaltar a importância do nosso olhar para o recipiente em que colocamos esse
alimento. A maioria de nós, mães, já estamos até familiarizadas com a
necessidade de procurar vasilhames livres de BPA, o famoso Bisfenol A. Mas você
sabe por que devemos evita-lo? Falando de um jeito simples, o BPA é um composto
utilizado na fabricação de policarbonato que é usado na produção da maioria dos
plásticos e também naquela resina que reveste os produtos enlatados (Sim, temos
que nos preocupar com os produtos enlatados também!). Ok, Flavinha, mas e daí?
Bom, alguns estudos tem mostrado que essa substância age na tireoide humana,
provocando alterações hormonais e metabólicas que podem inclusive ocasionar um
câncer de próstata ou glândulas mamárias. Nas crianças essas substâncias
demoram mais a serem eliminadas pelo organismo. Ao ser aquecido, esse
componente se desprende do plástico ou metal e incorpora-se nos alimentos, o
que torna a intoxicação pela alimentação
a mais preocupante, apesar de não ser o único jeito que acontece.
Esses efeitos estão relacionados a exposição de
grandes quantidades desse composto, e até então, as quantidades consumidas
durante a alimentação ainda são muito pequenas. Porém, devido à potencial
toxidade do BPA e o fato dos estudos ainda não estarem concluídos, a ANVISA,
decidiu em 2012 a controlar seu uso na produção de vasilhas plásticas e latas.
Uma curiosidade é que podemos identificar sua
existência ou não no produto por meio do número existente dentro do símbolo de
reciclagem impresso no mesmo. Aqueles que possuem os números 3 e 7 são os que
apresentam o BPA, já os números 1,2,4,5 e 6 são os livres de BPA, como mostra a
figura a seguir.
Além disso, algumas marcas declaram em seus sites,
que não usam mais o composto em qualquer de seus produtos, como é o caso da
Plasútil e Sanremo. Ambas as marcas de fácil acesso, sendo encontradas em
mercados e lojas de utilidades.
O objetivo de trazer esse tipo de informação é
justamente para fazer com que as mães optem pelo uso dos produtos BPA Free de
forma consciente e não apenas por modismos que logo caem no esquecimento. Esse
é um cuidado importante a ser tomado, para proteção e manutenção da qualidade
de vida dos nossos pequenos.
Referências:
Figura A
Figuras B e
C
Artigo
científico
Bernardo
PEM, Navas SA, Murata LTF, Alcântara MRS. Bisfenol A: o uso em embalagens para
alimentos, exposição e toxicidade – Uma Revisão. Rev Inst Adolfo Lutz. São
Paulo, 2015;74(1):1-11.Disponível em: http://www.ial.sp.gov.br/resources/insituto-adolfo-lutz/publicacoes/rial/rial74_1_completa/pdf/pdf_final_sem_doi/1631-semdoi.pdf
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